Mais uma vez o meu obrigado a todos.
Amigo Álvaro, de verdade agradeço as tuas palavras, deixas-me encavacado ... sem falsas modéstias acho que o que faço está ao alcançe de mais gente, com mais ou menos " Kit de unhas " chega-se lá, infelismente ás vezes existem motivos que limitam a execuçäo deste tipo de trabalhos, ou bem a falta de paciência, ou o que é pior... a falta de meios e de tempo ( €€€€ )
Aqui o que custa é o investimento inicial que é significativo, um bom ferro de soldar ( de preferência uma estaçäo de soldar ), consumiveis acessórios ao processo de soldadura e algumas ferramentas ( para dizer a verdade säo mais do que " algumas " eu diria antes muitas ferramentas dependendo do nivel de execuçäo que se pretende) e isso é que impede muita gente de se aventurar nisto.
Bem vou-me armar em historiador e contar que foi aqui, exactamente aqui que tudo começou... ( sempre ademirei o José Hermano Saraiva, daqui a minha homenagem para este grande homem que infelismente já nos deixou )
... bem eu começei por comprar alguns kits da Fast Tracks em 2006 ( tenho 7 kits para ser mais exacto, de TJD's, desvios de 6, 8 e 10 e para tramos rectos e curvos ), depressa cheguei á conclusäo que a disposiçäo das travessas näo era a Europeia, ainda entrei em contacto com o Tim Warris ( um gajo á maneira ) para fazer kits com a disposiçäo das travessas Portuguesa e em bitola Ibérica, mas só para mim näo merecia a pena já que construo pelo modo tradicional ( tento construir pelo mesmo processo que nos caminhos de ferro reais ), e como tive poucos interessados na ideia näo compensava o investimento.
Basicamente a ideia foi abandonada näo pela construçÄo das vias em si mas porque rebitolar o material circulante é uma tarefa bastante complicada... mas näo impossivel.
Por isso o Proto 87 Ibérico continuará aqui em casa mas vejo dificil que seja acolhido por mais entusiastas. Para falar verdade é uma opçäo minha de näo ter material Português a circular por vias com uma bitola que apresenta um erro de 2,7mm ( aqui näo säo décimas!!!!
). A minha ideia é: Se sou täo rigoroso com o material circulante, cenário, etc, etc, näo tinha lógica para mim ter um erro dessa dimensäo nos meus módulos ( ou maquete ).
E sem falsas modéstias tenho muito orgulho e ser o Pai babado do Proto 87 Ibérico
Bem voltando ao tema Fast Tracks, tem o seu investimento inicial, mas acho que para quem näo se importa com alguns detalhes, seria uma boa opçäo que com a construçäo de mais de 10 desvios compensa o inverstimento.
Depois de muito procurar conheci o material do que é agora um grande amigo, o Willy Kosak. Bem ai passei-me completamente vejam porquê
http://www.bahnsinn.de/
Pouco tempo depois ainda tinha um problema, näo sabia onde encontrar tirafundos á escala para construir as vias, já que do material do Willy Kosak só podia aproveitar os desvios dele ( Desvios AlemÄes ) que säo em quase tudo semelhantes aos Portugueses com excepçäo dos contra carris e da disposiçäo dos fixadores de carril na zona das lanças ( correccöes fáceis de efectuar ), as vias própriamente ditas näo tinham muito a ver.
Foi ai que entrei em contacto com o Henri Cibert do club Proto 87, um dos pioneiros desta vertente do modelismo ferroviário, e consegui os ditos tirafundos e mais alguns detalhes que podia aproveitar para os desvios Portugueses. E o que era mais importante, podia fazer uma reproduçäo quase a 100% das vias Portuguesas... finalmente tinha tirafundos á escala... uma loucura... mas eu adoro.
http://club-proto-87.com/crbst_15.html
Como normalmente as doenças deste tipo väo sempre para pior, depresa encontrei juntas de dilataçäo, parafusos e porcas em miniatura, a partir dai foi um passo para chegar á conclusäo que a bitola Ibérica era o meu objectivo... o resto é história
Agora vamos ao que interessa, preços...
Depende, um kit de um Desvio do Willy Kosak com tudo já preparado e pronto para montar custa a modica quantia de 240 EUR... poucas ferramentas säo necessárias já que a papinha está practicamente toda feita, um ferro de soldar, uma boa lima e um Xuron é practicamente o que se necessita.
Mas como para mim näo fazia sentido gastar este dinheiro por um desvio que ainda por cima näo tinha a bitola Portuguesa, o que fiz foi comprar ao Willy Kosak material a vulso, também ao Henri Cibert do Club P87 e desse cocktail fazer as vias Portuguesas, a nivel de curiosidade os nossos AMV's têem muita influência Alema, e a via propriamente dita Francesa tal qual a nossa catenária.
O investimento nesse material a vulso, foi considerável, mas dá para construri uma quantidade indecente de desvios e muitos metros de via, fazendo as contas um desvio sai por aprox. 100 EUR!!!! Nada mal se comparado com os ditos 240 !!!!! Mas a reduçäo do preço tem uma consequência directa... o tempo de construcçäo aumenta consideravelmente e säo necessárias mais ferramentas.
Um kit com a papinha quase feita demora cerca de 40 horas, por outro lado os AMV's em bitola Ibérica... o primeiro que fiz demorou quase 150 horas, era entrar em campo desconhecido e estragar material täo caro faz-nos avançar muito devagar para evitar desgraças. O ultimo AMV demorou cerca de 80 horas!!! Näo está nada mal já que até agora só construi 8.
O porquê de tantas horas é que para bitola Ibérica näo existem Gabarits, tudo tem que ser medido a cada passo e isso aumenta o tempo de execuçäo do trabalho. Com Gabarits seria tudo muito mais rápido e racional, mas sem interessados suficientes näo compensa e eu näo me importo de continuar a fazë-los da forma mais artesanal, dá-me mais gozo.
Concluindo, däo muito trabalho... para falar verdade säo um autêntico masacre, mas eu sou capaz de estar horas a fio a fazê-los!!! Quem corre por gosto...
Bem, gastei muito dinheiro, €€€€€€€€€€€€€€€€€€ em material e ferramentas... mesmo muito. Ainda assim compensa para construir mais de 20 agulhas e cerca de 60 metros de via. Tirefonds tenho cerca de 80000. Näo digo o preço para näo me chamarem maluco. Nos links anteriores está a lista de preços de algumas coisas, quem tiver curiosidade pode investigar, eu näo vou falar em numeros já que a minha sanidade mental poderia ser posta em causa!!!!!
Depois veio a pior parte, adaptar o material circulante para o nivel das vias!!!!! Rodas á escala, toda a detalhagem do bastidor, etc. etc isto aplicado a material Norbrass da minha reserva pessoal já que as outras já vendi quase todas.
Mais um rio de dinheiro...
mas quem corre por gosto näo cansa
Enfim como se isso näo fosse suficiente, tenho outra GRANDE paixäo que säo as locomotivas a vapor Alemäs época II c ( II guerra mundial ) em escala 1:32, como é obvio também construo as vias á mäo, travessas de madeira de carvalho tratadas com creosoto, e outras loucuras... mas estas säo mais fáceis já que tudo se pode ver a olho sem necessidade de lupas!!!!!
As locomotivas ... em breve faço uma surpresa aqui ao pessoal e abro um tópico novo aqui no forum...
bem para os admiradores destas meninas eu vou abrir-lhes o apetite, estou a começar a construçäo de duas BR 50 e já estäo em produçäo as peças para 3 grandes meninas... as BR44!!!! As rainhas dos comboios pessados de mercadorias na Alemanha, falo no presente porque até agora existem poucas com a capacidade de tracçäo das BR44 em especial as BR44öl.
Ná construçäo tento ser o mais fiel possivel aos materiais utilizados na construcçäo das máquinas reais, as BR50 ainda väo ser maioritariamente em latäo, cobre, bronze e os aros das rodas em aço inoxidável, chäo da cabine do maquinista em madeira e os vidros säo mesmo vidro. Todos os rebites säo aplicados em separado, assim como todos os parafusos sextavados e porcas com rosca funcional. Toda a tuberia será representada e os arreeiros e freios seräo funcionais. Säo vantagens da escala 1:32.
As BR 44 já as quero construir em aço e substituir o latäo como base de construcçäo, apenas os detalhes seräo em latäo já que se usa o processo de fundiçäo para a sua produçäo e fazer isso em aço seria uma loucura ( €€€€ ) agora o bastidor, caldeira, cabine e chassis do Tender seräo todos em aço. Mais real impossivel, e como produto final cada menina destas pesará cerca de 20 Kgs!!!! Maravilha!!! Mas de momento fico-me por aqui.
Deixo algumas fotos do meu grande amigo, Wilfried Kohlrausch, sem ele nada disto seria possivel, o trabalho dele... bem palavras para quê? Eu quero chegar um pouco mais longe já que todas as porcas , parafusos sextavados e rebites que vêem apenas representados nas peças de fundiçäo, väo ser previamente eliminados depois de feita a correspondente furaçäo em CNC para aplicar os ditos mas com rosca funcional como fiz referência anteriormente.
http://spannwerk.buntbahn.de/fotos/show ... 93/cat/500
Peço desculpa por estes testamentos e por este Offtopic, mas a seu tempo quando abrir o tópico eu apago esta introduçäo. Tenho um fascinio täo grande pelos caminhos de ferro que poderia escrever horas a fio sobre o assunto.
Abraço,
Mário
P.S. Queria deixar o meu agradecimento, ao meu grande amigo Paulo Alexandre, ele foi um ponto chave nestas minhas andanças, e fez-me entender o modelismo de outra forma que até entäo näo conhecia. Conheço poucas pessoas como ele.