Deixar as pessoas a reflectir é o principal objectivo do filme “Pare, Escute, Olhe”. O seu realizador, Jorge Pelicano, esteve em Castelo Branco para mostrar o seu trabalho, já premiado em diversos certames de cinema.
“Depois do ‘Ainda Há Pastores’ eu queria fazer um trabalho mais aprofundado acerca da desertificação do Interior de Portugal”, refere o realizador ao Reconquista.
Este é um tema que o cativa, considerando que é um dos principais problemas da sociedade portuguesa. Por isso, decidiu tratar a Linha do Tua, para explicar e analisar essa desertificação. “Porque quando os comboios desaparecem, desaparecem também as pessoas. No fundo, utilizei a Linha do Tua como metáfora para estrapolar a desertificação”, explica.
Um ideia que já tinha abordado no seu primeiro documentário e que aprofunda neste.
Para dar mais força ao filme, foi buscar imagens antigas, notícias da época em que as carruagens foram levadas, declarações políticas com promessas que nunca chegaram a ser cumpridas.
“Temos que voltar um pouco atrás e ouvir aquilo que os responsáveis políticos, na altura, diziam, fazendo uma comparação do que prometeram e do que fizeram. Esse é um outro problema do país: é que por vezes promete-se muito e, mais tarde, faz-se de maneira diferente, ou prometem-se coisas que não se cumprem. Era importante perceber o que as pessoas pensavam anteriormente e o que pensam agora”, adianta.
Neste documentário, Jorge Pelicano coloca-se ao lado do povo. Assumidamente, como afirma, é um filme parcial. “Como realizador de documentários é possível fazer isso, porque acho que é importante darmos o lado do povo, das pessoas que sofrem as consequências das decisões políticas e de certa maneira é um lado que não aparece nas televisões”, frisa.
Ao colocar-se ao lado do povo, o realizador entra em confronto com a classe política, considerando que as suas decisões não estão de acordo com as pretensões das pessoas. Era importante, para ele, dar esse lado mais da terra, das aldeias, das pessoas que vão ficar sem transporte.
O documentário apresenta duas fases distintas: a linha desactivada e a linha que apesar de ter pessoas poderá seguir o mesmo caminho.
“A ideia é mostrar o que originou o desaparecimento do comboio naquele primeiro troço: a desertificação, o despovoamento, o abandono. Depois mostra a parte activa para explicar que, no fundo, se forem seguidas as mesmas políticas do passado, o destino será idêntico”, concretiza.
Tudo em nome de um progresso, não para as pessoas da região, mas normalmente para o Litoral.
Jorge Pelicano, nos dois documentários que realizou, como já se disse, teve como ponto de partida a abordagem à temática da desertificação. Um problema que, como o próprio destaca, lhe interessa pela gravidade da situação.
“A desertificação é má não só para o Interior do país, que fica sem as pessoas e sem a sua cultura, mas também é má para o Litoral, que fica superpovoado e com excesso de população nas grandes áreas. Isto proporciona má qualidade de vida quer num local, quer no outro”, argumenta.
Daí que considere fundamental haver um momento de reflexão. “Um momento de parar escutar e olhar. O filme não tenta convencer ninguém. Essencialmente tenta levar as pessoas a reflectir sobre onde estamos e para onde queremos ir. Dá uma visão a longo prazo, porque infelizmente quem decide tem uma visão a curto prazo, uma visão a quatro anos. O que quero dar às pessoas é informações, mas com uma visão que faça reflectir”, diz Jorge Pelicano.
E recorda as declarações de Cavaco Silva no distrito de Castelo Branco, onde afirmou ser fundamental apostar naquilo que as regiões têm de bom, na sua cultura, no seu património, nos seus agentes económicos.
Se com o primeiro filme Jorge Pelicano demorou cinco anos, com este levou dois anos e meio. Se com o primeiro recolheu 80 horas de material, agora recolheu 150.
“Isso também faz parte da minha forma de trabalhar, porque eu não faço pesquisa. Parto directamente para o terreno, sem qualquer tipo de guião, em bruto, para sentir a realidade e a população, o pulsar das histórias. E vou filmando, sempre com as histórias. Não faço pesquisa prévia, vou directamente com a câmara e isso faz com que acabe por filmar muito. Houve muitas das histórias que não tinham tanta força. Houve outras que tive de abdicar em nome da causa e do trabalho global. A parte mais dificil foi, de facto, a montagem”, conclui.
http://www.reconquista.pt/noticia.asp?i ... on=noticia
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- Pedro André
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Metáfora do Tua em prol de uma causa
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dvd sur les traces du Capitole:
trata.se de um dvd feito na cabine de uma nez-casse,realizado pelos serv. audio-visuais da Sncf,que posso disponibilizar de forma a combinar.Tambem tenho outro de Bordeus a Paris,mas na cabine do tgv.Se alguem quiser,diga.Ambos sao gratis.
trata.se de um dvd feito na cabine de uma nez-casse,realizado pelos serv. audio-visuais da Sncf,que posso disponibilizar de forma a combinar.Tambem tenho outro de Bordeus a Paris,mas na cabine do tgv.Se alguem quiser,diga.Ambos sao gratis.
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dvd. Modane-Turino:
Dvd.Acompanhe a tripulaçao de um comboio cerealifero entre Modane e Turim,e ao mesmo tempo familiarize-se com a sinalizaçao italiana.Locuçao em françes.Loc.BB36000.Disponibilizo a quem estiver interessado.
Dvd.Acompanhe a tripulaçao de um comboio cerealifero entre Modane e Turim,e ao mesmo tempo familiarize-se com a sinalizaçao italiana.Locuçao em françes.Loc.BB36000.Disponibilizo a quem estiver interessado.
- Carlos Loução
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- Contacto:
No dia 27 de Março - este sábado, portanto - vai ser lançado, na sede da APAC, em Santa Apolónia, o livro "Caminho de Ferro Mineiro do Lena", do Eugénio Santos. O preço da obra é de 25€.
- Pedro André
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Alguém conhece isto? Opiniões...
Não tem Permissão para ver os ficheiros anexados nesta mensagem.
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Eu tenho mas em VHS.
È filmado na cabine da 1800 desde Lagos a Tunes (parte 1) e Tunes a VRSA (parte 2).
Para mim apenas é interessante o cruzamento em Silves, a entrada em Tunes, a entrada em Faro e a paragem em Tavira.
O resto é só via.
Do que mais gostava de ver que era a manobra em VRSA só se vê a entrada na estação e a locomotiva já no outro lado da composição.
È filmado na cabine da 1800 desde Lagos a Tunes (parte 1) e Tunes a VRSA (parte 2).
Para mim apenas é interessante o cruzamento em Silves, a entrada em Tunes, a entrada em Faro e a paragem em Tavira.
O resto é só via.
Do que mais gostava de ver que era a manobra em VRSA só se vê a entrada na estação e a locomotiva já no outro lado da composição.
- Ricardo M Ferreira
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Conheço apenas a parte de Lagos a Tunes.
Diria que acaba por ser interessante para quem gosta de infra-estrutura.
Diria que acaba por ser interessante para quem gosta de infra-estrutura.
Cumprimentos,
Ricardo M Ferreira
Ricardo M Ferreira
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- Participante
- Mensagens: 181
- Registado: 30 dez 2009, 17:07
- Localização: lobao-feira
dvd frança:
De Paris a Provins a bordo da automotora AGC bimodo(diesel e catenaria).Na cabine e explicaçoes tecnicas.Posso enviar dvd a pedido.(gratis)
De Paris a Provins a bordo da automotora AGC bimodo(diesel e catenaria).Na cabine e explicaçoes tecnicas.Posso enviar dvd a pedido.(gratis)
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- Participante
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- Registado: 30 dez 2009, 17:07
- Localização: lobao-feira
tenho alguns dvds realizados em França,com acompanhamento e comentario tecnico.Se alguem quiser posso enviar.Locuçao em frances.Sao gratis
- Pedro André
- Administrador
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Tua pelo olhar de Leonel de Castro e Jorge Laiginhas
A agonia lenta da linha do Tua está retratada num livro que reúne quase uma centena de fotografias em que o "preto e branco" reflecte a tristeza e clama esperança para a vida que se esvazia no Nordeste transmontano.
O livro é apresentado hoje, às 18.30 horas, na Livraria Leitura do Bom Sucesso, no Porto, e ostenta na capa o mesmo título e a mesma imagem do documentário "Pare, escute e olhe", de Jorge Pelicano, com a placa que chama a atenção para os comboios submersa, numa alusão à barragem que ameaça acabar com a linha. Os autores de ambos os trabalhos cruzaram-se no terreno e caminharam e trabalharam em conjunto a mesma temática, embora com abordagens e suportes diferentes, como contou, à Lusa, Jorge Laiginhas, autor dos textos do livro, com fotografias de Leonel de Castro.
Preto e branco simbólico
Os dois conheceram-se no "Jornal de Notícias", onde Jorge é cronista e Leonel é fotojornalista, e descobriram ter em comum a "paixão" pela linha do Tua, que ambos conhecem pelas raízes em aldeias cuja vida sempre girou em volta do comboio.
Jorge e Leonel fizeram, a pé, o percurso da linha, numa caminhada que demorou um ano e meio e que registou a "tristeza" que trespassa o vale do Tua com o abandono das aldeias onde há muito já não se ouve um dos últimos sinais de vida: o apito do comboio.
Os autores encontraram no preto e branco o simbolismo da realidade retratada, desde "o belo- horrível" da assombrosa paisagem à solidão dos idosos que encontravam nestas viagens a companhia que lhes falta nas desertificadas aldeias.
http://jn.sapo.pt/PaginaInicial/Cultura ... id=1550022