António Lopes: Maqueta

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justiniano
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Gostei dessa terra ondulada, vou experimentar gesso com pasta de Madeira, deve ser similar, nao?

Como aplicou? Deu alguma cor de base na mistura liquida?
ALopes
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Olá, bom dia,

Pasta de madeira com gesso não experimentei, mas acho que a pasta é demasiado uniforme para se conseguir o efeito desejado, pois parece-me que as fibras são cortadas muito curtas, precisamente para obter uma textura lisa que depois possa ser lixada para disfarçar as imperfeições dos móveis, que normalmente se tratam com esta massa. No nosso caso o que se pretende é o oposto, i.e., uma massa que ao secar fique com altos e baixos. Julgo que isto tem a ver com o facto das fibras usadas serem mais longas e por isso, ao secar, ficarem menos uniformes. Enfim, é só uma teoria, que eu não percebo muito deste tipo de materiais.
De qualquer das maneiras, há várias formas de conseguir este efeito. O mais directo é arranjar um produto que se chama "Sculptamold", é produzido pela Amaco nos EUA. Infelizmente não é fácil de arranjar e só mandando vir pela Internet (portes de envio normalmente carotes...). Este produto, pelo que eu percebi, é essencialmente gesso+fibra de celulose. Se tiver acesso a folhas de pasta de papel virgem (pode tentar nas lojas de belas artes, esta por exemplo:http://www.restaurarconservar.com/epage ... Linters%22), pode tentar fazer a sua mistura; a ideia é cortar a pasta em tiras e reduzi-la o mais possível às fibras, por exemplo numa picadora 1-2-3, e depois misturar com gesso e água. Foi o que eu fiz e resulta.
Outra opção é usar gesso com papel-machê (acho que pode encontrar o papiel-machê êm: http://www.pontodasartes.com/pt/). Também funciona, se bem que não é tão bom como o Sculptamold; mas tenha em atenção que o papier-machê é uma esponja autêntica, mais do que a fibra de celulose, i.e., tem de usar mais água, se não a mistura seca num instante.
Por último, e se quiser ter uma textura ligeiramente diferente, como se fossem torrões de terra, i.e., mais granulado, pode misturar um pouco de vermiculita, à venda nas casas de artigos para jardinagem (esta por exemplo: http://www.alojadamaria.com/pt/produtos ... ermiculita), note que a loja onde eu comprei não foi esta, mas sim uma para os lados de Benfica, só que agora não encontro o site.

Sobre o corante, se quiser usar um, aconselho a usar os corantes universais à venda nas lojas de bricolage, não são muito caros e têm uma taxa de cobertura grande. No passado eu usava os corantes, pois evitava que se visse o branco da massa, mas como acabava de ter de pintar por cima deixei de o fazer. O problema de usar corantes é que a pasta depois fica com uma cor uniforme, e se quiser fazer matizes com vários tons de cor, vai ter de usar sempre tintas. Eu uso tintas de parede, pois normalmente são baratas, não deitam um cheiro muito activo (ao contrário dos esmaltes) e têm a grande, ou melhor, enorme vantagem de se poder usar água como diluente e produto de limpeza dos pincéis e outros materiais.

Se usar estes produtos, não se esqueça de usar uma máscara, pois qualquer um deles liberta pó/fibras. Aliás, quando se trabalha com gesso, é sempre aconselhável o uso de máscara e, já agora, luvas. Eu pelo menos uso.

Se precisar de mais alguma indicação, diga-me.

Saudações,

António
ALopes
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ALopes Escreveu:Olá, bom dia,

Pasta de madeira com gesso não experimentei, mas acho que a pasta é demasiado uniforme para se conseguir o efeito desejado, pois parece-me que as fibras são cortadas muito curtas, precisamente para obter uma textura lisa que depois possa ser lixada para disfarçar as imperfeições dos móveis, que normalmente se tratam com esta massa. No nosso caso o que se pretende é o oposto, i.e., uma massa que ao secar fique com altos e baixos. Julgo que isto tem a ver com o facto das fibras usadas serem mais longas e por isso, ao secar, ficarem menos uniformes. Enfim, é só uma teoria, que eu não percebo muito deste tipo de materiais.
De qualquer das maneiras, há várias formas de conseguir este efeito. O mais directo é arranjar um produto que se chama "Sculptamold", é produzido pela Amaco nos EUA. Infelizmente não é fácil de arranjar e só mandando vir pela Internet (portes de envio normalmente carotes...). Este produto, pelo que eu percebi, é essencialmente gesso+fibra de celulose. Se tiver acesso a folhas de pasta de papel virgem (pode tentar nas lojas de belas artes, esta por exemplo:http://www.restaurarconservar.com/epage ... Linters%22), pode tentar fazer a sua mistura; a ideia é cortar a pasta em tiras e reduzi-la o mais possível às fibras, por exemplo numa picadora 1-2-3, e depois misturar com gesso e água. Foi o que eu fiz e resulta.
Outra opção é usar gesso com papel-machê (acho que pode encontrar o papiel-machê êm: http://www.pontodasartes.com/pt/). Também funciona, se bem que não é tão bom como o Sculptamold; mas tenha em atenção que o papier-machê é uma esponja autêntica, mais do que a fibra de celulose, i.e., tem de usar mais água, se não a mistura seca num instante.
Por último, e se quiser ter uma textura ligeiramente diferente, como se fossem torrões de terra, i.e., mais granulado, pode misturar um pouco de vermiculita, à venda nas casas de artigos para jardinagem (esta por exemplo: http://www.alojadamaria.com/pt/produtos ... ermiculita), note que a loja onde eu comprei não foi esta, mas sim uma para os lados de Benfica, só que agora não encontro o site.

Sobre o corante, se quiser usar um, aconselho a usar os corantes universais à venda nas lojas de bricolage, não são muito caros e têm uma taxa de cobertura grande. No passado eu usava os corantes, pois evitava que se visse o branco da massa, mas como acabava de ter de pintar por cima deixei de o fazer. O problema de usar corantes é que a pasta depois fica com uma cor uniforme, e se quiser fazer matizes com vários tons de cor, vai ter de usar sempre tintas. Eu uso tintas de parede, pois normalmente são baratas, não deitam um cheiro muito activo (ao contrário dos esmaltes) e têm a grande, ou melhor, enorme vantagem de se poder usar água como diluente e produto de limpeza dos pincéis e outros materiais.

Se usar estes produtos, não se esqueça de usar uma máscara, pois qualquer um deles liberta pó/fibras. Aliás, quando se trabalha com gesso, é sempre aconselhável o uso de máscara e, já agora, luvas. Eu pelo menos uso.

Se precisar de mais alguma indicação, diga-me.

Saudações,

António
Já agora só mais um detalhe sobre a aplicação:
deite primeiro a água (+corante) no recipiente e só depois a mistura de gesso+fibras (+vermiculita). As doses variam, mas 50/50 é um bom começo. Se usar papel-machê, talvez 60/40, água/mistura. Misture bem e aplique com um pincel. Se quiser uma textura mais uniforme, i.e., mais lisa, depois de aplicar a massa, use um pincel com água para passar por cima e assim tornar a superfície mais lisa.
Saudações,
António
justiniano
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Excelente tutorial, obrigado.
ALopes
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Ora essa, não tem que agradecer,

Uma das partes do hobby que eu gosto é da partilha de experiências e de aprendermos uns com os outros. Para isso é que serve também o fórum.

Se decidir experimentar alguma das técnicas, por favor, se assim o entender, diga-me como é que correu.

Saudações,

António
ALopes
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Boa noite,

Mais alguns progessos no cenário, espero que gostem. Pessoalmente acho que ainda está demasiado rochoso e nú. Vou ter de acrescentar mais "verdes" nas faces da montanha e mais árvores na zona do planalto. Mas para já fica assim que o material circulante já está a ficar preguiçoso e tem de andar...

Saudações,

António
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Paulo Sousa
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Para o lado norte a Modell Eisenbahner de 09/2009 mostra uma solução interessante.
Esta foto é de uma maquete em N e é a única que aparece na revista.
Aparentemente a Miba de 02/2009 traz mais qualquer coisa sobre o assunto.

http://www.miba.de/miba/09/01/106.htm
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Then it comes to be that the soothing light at the end of your tunnel
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ALopes
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Caro Paulo,
Obrigado pela dica. É algo desse género que eu estou a tentar fazer agora, usando foliage e arbustos, como um exemplo que vi na MRH (um dos últimos posts na página):
http://model-railroad-hobbyist.com/node/15314?page=2
Claro que posso sempre "atirar" com sculptamold (uma espécie de papel maché+gesso) para cima das zona que quero esconder, mas é demasiado definitivo e se depois não gostar do resultado...
Vamos ver como é que a coisa corre.
Saudações,

António
ALopes
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Olá boa noite,

Bom, finalmente lá me decidi a substituir o que me restava da via K da Märklin, enfim quase tudo, vou ficar talvez com algumas 2 ou 3 só por nostalgia (mais uns 2 ou 3 meses e depois substituo...).
Não foi fácil arranjar um plano de vias que ficasse parecido com o que estava, pois as agulhas curtas da Märklin têm um raio de curvatura muito pequeno, principalmente as vias transversais de junção dupla.
Vai ficar agora com Peco, cód. 75 e electrofrog. Não há melhor, pelo menos para via do tipo comercial, não me refiro à via completamente construída na maqueta. Admito que bem feita os resultados podem ser muito bons, mas tenho mais que fazer...
De qualquer das formas a Peco é realmente muito boa em termos de fiabilidade e depois de aplicado o balastro e envelhecida, a via fica muito boa.
Desta vez aproveitei para aumentar a fiabilidade das agulhas e ligar uns fios de alimentação também às lanças. Dá trabalho, mas se um dia tiver problemas com os contactos eléctricos é só ligar os fios e pronto. As que já estavam instaladas, paciência, se derem chatice lá terei de fazer "bricolage ainda mais fina"...
Chega de conversa, ficam aqui as imagens, espero que gostem e, como sempre, quaisquer comentários serão bem vindos.

Um primeiro plano da via, já a Peco. Remover o balastro e a via K não foi assim tão difícil como eu pensava, um pouco de água com álcool, uma espátula e, alguma paciência...
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três imagens da zona mais complicada de ajustar, com o corte e costura que foi preciso fazer com a base da via (neste caso essencialmente toda da Woodland Scenics)
_DSC0525_comp.jpg
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_DSC0526_comp.jpg
e agora um detalhe da electrificação da agulha electrofrog.
_DSC0529_comp.jpg
Nestas agulhas, ao contrário das restantes da maqueta (enfim quase todas, pois há mais alguma também manuais), decidi fazer comando manual, daí não ter logo feito a ligação entre as vias exteriores e as interiores (desculpem lá mas não sei o termo técnico em português. Em inglês é: stock rails e frog rails, respectivamente).
Se decidir mais tarde fazer o comando motorizado já tenho as ligações todas feitas e acessíveis na parte de baixo da maqueta.


Saudações,

António
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Pedro Silva
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Também já tive problemas desses com agulhas da roco mas as correcções foram relativamente simples (furar junto da secção de carril que está isolada e passar um fio e soldar, geralmente são as lanças a darem problemas) pior só mesmo em via com catenaria. Já tive problemas de agulhas com lanças que se desprendiam da travessa móvel (são sei o nome técnico) e aí era descarrilamento certo, mas também se resolve, com furinhos e fio de cobre, também tenho agulhas na minha maquete com contra-carris extra por causa de descarrilamento de uma ou outra locomotiva.
Mas peco é mesmo material de qualidade e essas agulhas nunca me deram problemas e montadas com os motores e comutadores da peco ficam automatizadas (aqui só tenho um problema a registar:
um cilindro em plástico montado no espigão por vezes sai do sitio e provoca indicações erradas nas mesas de comando ou nos semáforos, se esse cilindro fosse de enrroscar era problema que não havia.
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